quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Alguns iluminados


"A literatura de Marcelo d’Salete está em sintonia com uma certa cena brasileira ocupada em discutir violência, urbanidade e a fastasmagoria das pessoas nas grandes cidades. (...) Há um silêncio enorme em tudo e mesmo o amor ou sentimento de amizade esbarram na truculência, no diálogo impossível e na bala!"

Bruno Azevêdo


"NOITELUZ é literatura, é cinema e artes plásticas.

a palavra é pouca e é vulcão. um detalhe de foto arromba, um giro na mobília, um traço de gesto, dão o grau da melancolia ou da fervura do drama. personas contidas, quase estourando, requentando a desconfiança e as esperas nunca consumadas, a vida despetalada da peleja pelo feijão. batalha cardíaca que macera os tornozelos, entristece os pulsos. que enxaquéca, que às vezes ganha um cafuné.

NOITELUZ soa que existe uma textura, uma melodia visual, nostálgica e urgente, que veste nossas rotinas e retinas, apostando num milagre milenar da imagem ( hoje tão bagaçada), numa leveza ardida do conjunto, nos tornando melhores leitores das pessoas, do prédio, do parque das cinzas floridas.

na cadência da teia de d’salete, nada vem carcomido na recolha do que é lacônico e espoleta na cidade. sua arte não subestima seus andarilhos, como a noite, que pega dos muleques às viúvas e segue escorada pelos postes e por nossas cabeças, abrigo das senhas."

Allan Santos da Rosa

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