quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vamos falar de nossas Depressões.

Luis Hornstein

Luis Hornstein é psiquiatra e psicanalista. Prêmio Konex 2006 em psicanálise. Preside a Sociedade Psicanalítica do Sul (SPS) e a
Fundação para a Investigação da Depressão (FUNDEP). É autor de
Práctica psicoanalítica e historia (1993); Narcisismo: autoestima,
identidad y alteridad (2000); Intersubjetividad y clínica (2003); e
organizador de Cuerpo, historia, interpretación (1994) e Proyecto
terapéutico (2004), todos publicados pela Paidós. Escreveu também
Teoria de las ideologias y psicoanálisis (1983), Cura psicanalítica e
sublimação (Artes Médicas, [1988] 1990) e Introdução à psicanálise (Escuta, 1989).




Nenhuma abordagem isolada pode anular eficazmente a depressão, nem a do indivíduo nem a das comunidades, e é sumamente perigoso que as pessoas e também os profissionais da saúde optem sem fundamento por um único enfoque. Mas é, contudo, mais perigoso não promover nem participar de um debate comunitário sobre as depressões (que são muitas). Um debate que, longe de implicar que todos somos capazes, implica que todos devemos aprender. Em lugar de uma abordagem isolada, propondo uma abordagem que começa por ser dupla e que logo será múltipla, quando pudermos transformá-la. Há certo apuro, porque o tempo urge. Os enfoques são basicamente dois: o psicofarmacológico e a psicoterapia.

O que está na moda é fazer declarações contra o reducionismo... para cair no ecletismo, ou seja, em confusas saladas que aproveitam um pouco da psicanálise, um pouco do cognitivismo, um pouco da biologia, temperadas com uma pitada de sócio-história.

Esses componentes, se são integrados seriamente, dão tudo de si. Centrar-se apenas nos aspectos psíquicos ou apenas nos biológicos é reducionismo. Será que estou escrevendo um catecismo? Não. Estou fazendo um resumo de meus argumentos.



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