sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tévye, O Leiteiro chega às livrarias dia 31/05/12


Aqui temos o drama de um pai e suas filhas em cinco atos. De 1899 a 1909, Scholem Aleichem experimentou em oito diferentes cenários, descrevendo o destino de cada uma de suas voluntariosas filhas.
Coletivamente, a geração mais jovem renuncia à instituição do casamenteiro e ao mundo tradicional que isto representa.

Tsaytl, a filha mais velha, prefere um alfaiate em vez de um açougueiro que faz a Tévye uma proposta lucrativa. Tendo como pano de fundo o furacão político da Rússia em 1904, a segunda filha de Tévye, Hodl, resolve se casar com um tutor, um revolucionário que é preso e exilado para a Sibéria.

Shprintze e Beilke experimentam, cada uma a seu modo, uma trágica associação com o dinheiro e a hierarquia das classes sociais. Em 1914, o autor estava já bastante desiludido com a vida na Rússia czarista e escreve a mais amarga das histórias – Lech-Lecho – na qual os judeus, vítimas de um pogrom, são expulsos do vilarejo de Tévye.

A narrativa de Tévye gira em torno de seu conflito com o mundo moderno, como é ilustrado pela rebelião de cada filha. Este conflito atinge seu ápice quando Chava desposa um não-judeu. Nenhum texto yidish
evocou emoções tão intensas, e cada geração de leitores responde à história de Chava a partir de suas próprias circunstâncias. O significado da história de Tévye é inseparável das formas como ele foi recebido em diferentes momentos.

Scholem Aleichem não queria originalmente produzir um épico sobre as tribulações de Tévye. Ele começou com uma história modesta de quinze páginas, escrita no final de 1894 e publicada no ano seguinte. O encontro entre Tévye e Scholem Aleichem, que permeia todas as histórias deste livro, é representativo do encontro entre a burguesia de Kiev e a classe trabalhadora do campo.

A principal característica literária formal de Aleichem é o monólogo em primeira pessoa, em uma linguagem cotidiana. Muito do caráter e do drama destas histórias derivam do fato de Tévye narrálas em yidish. De acordo com a trama ficcional, Tévye conta suas histórias diretamente para Scholem Aleichem, que
se propõe a transcrevê-las palavra a palavra.

Ao lado de situações farsescas, o autor também emprega o humor como estilo. De uma forma rabínica clássica, Tévye vive sua vida intertextualmente, alternando suas falas com versos bíblicos, com frequência deturpando-os. Apesar de alguns acreditarem que Tévye é um judeu ignorante, seu humor não está na
ingenuidade, mas em o leitor não saber quando sua citação está equivocada ou não. Um século depois, vemos Tévye como um tipo arquetípico. Ele nos lembra do mundo do shtetl que não mais existe. Scholem Aleichem o investiu com uma distinção ambígua de patriarca. Sua crença, seus costumes e sua aparência
fazem com que pertença a uma outra época e ao mesmo tempo seja tão atual.

Ainda mais especial é sua linguagem: Tévye fala um sonoro yidish enlaçado com frases em hebraico. A linguagem de Tévye, mais a Torá de Tévye e as falas a partir dos comentários formam um conjunto único. Scholem Aleichem percebeu que a técnica da citação poderia ser uma resposta. Ao fazer de Tévye um citador da Bíblia e do Talmud, ele o situa em relação às tradições dominantes da literatura judaica.

- As histórias que inspiraram as adaptações para Cinema e Teatro como O Violinista no Telhado -

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